terça-feira, 26 de julho de 2011

O que você está fazendo neste momento?


Several researches show that the overuse of Internet or any other form of technology cause depression and anxiety. The question is: what should we do about it?

Toda a vez que meu computador ou celular apresenta algum problema, tenho a sensação de que estou perdendo um pedaço do mundo, informações vitais, acontecimentos importantes. Preciso achar um lugar para me conectar ou começo a ficar desesperada.

A vida moderna está totalmente baseada no avanço de novas tecnologias – celular, internet, SMS, redes sociais, qualquer coisa que nos mantenha conectadas com todo mundo a qualquer instante, mas – será que isto só acontece comigo – se por um minuto meu computador dá algum problema, instala-se uma ansiedade totalmente proporcional ao número de e-mails que eu tenho em minha caixa postal (enviados e recebidos).

Existem vários estudos mostrando que o uso excessivo da internet e de qualquer tecnologia de forma exagerada – e quem não usa assim? – causa depressão e ansiedade. A pergunta é: o que fazer?

Quem usa o LinkedIn, Facebook, MSN, Orkut, Twitter – sem falar dos emails corporativos sabe do que estou falando. Agora, temos que checar a cada minuto o que está acontecendo. E se você não “postar” nada novo em seu perfil, alguém postou e o mínimo que você vai fazer é clicar no “curtir”, porque afinal você precisa mostrar que está antenado – tudo é “curtir”, “comentar” e “compartilhar”.

Nada mais é pessoal, discreto, reservado, acabou a privacidade, viva o Big Brother, não este que passa na TV – cheio de personagens pra lá de polêmicos e desprovidos de uma certa bagagem intelectual, digo daquele onipresente Big Brother, de George Orwell – citado em sua obra “1984”. No livro o Big Brother é apontado como o “olho que tudo vê”. Agora, o olho que tudo vê é o nosso! Vemos tudo e sabemos de tudo. Quem foi ao restaurante X, Y ou Z, fez o “check-in” no local e sabe até quem está ali – e olhe, pode até virar o “prefeito” daquela área! Fantástico, um “prefeito” de um site! Bom, para quem possui fazendas cibernéticas, até que não é tão extraordinário assim.

Agora tudo é público, qualquer coisa vale a pena ser mostrada. Seu gato, seu cachorro, o prato que você pediu no restaurante, uma foto que você tirou, uma roupa ou sapato interessante, pequenos detalhes. Tudo deve ser compartilhado com sua rede.

Uma pesquisa feita numa universidade inglesa concluiu que aqueles com mais conexões – ou seja, com mais “amigos” em sua rede são os mais estressados. Na realidade, dos 200 entrevistados, a maioria informou que não desativa a conta para não se sentir por fora do assunto ou porque na verdade, o site é como uma rede de notícias centrada na pessoa – ou seja, é como se o mundo girasse ao nosso redor. Bom, se todos pensamos assim, que tipo de mundo egocêntrico é este? Olha quem fala, eu adoro a internet e todas as suas movimentações!

Pelo sim, pelo não, continuamos conectados, “curtindo a vida adoidado”, como naquele filme, com todo o estresse, ansiedade e outros sintomas produzidos pelo excesso de informação que somos obrigados a produzir e consumir. E não se preocupe se você entrar em parafuso quando seu computador quebrar, apenas lembre-se, tem tanta coisa acontecendo.

Você pode estar perdendo fotos incríveis de seus amigos olhando o por de sol, ou mostrando uma imagem que viu na rua, ou até mesmo pedindo para que você lute por uma causa que no fundo, no fundo, – não tem muito a ver com você, mas, não se esqueça, como bom internauta, você precisa consertar seu computador o mais rápido possível e depois, olhar tudo isto – e colocar um “curtir”, para que todo mundo fique feliz e continue postando suas atividades minuto a minuto. Se você fizer isto – ignorar estas pequenas manifestações cibernéticas de seus amigos, você será considerado um ET e nem você vai se “curtir” desta forma.

Antigamente diziam que só uma pessoa que fazia grandes coisas, grandes feitos, ficava famosa, virava uma celebridade e aparecia em todo o lugar. Agora, quem aparece em todo lugar, vira uma celebridade, fica famosa. Fazendo grandes coisas ou não. Dá o que pensar, não?

Gladis Costa

Um comentário:

  1. Essa é uma verdade neurotica, crescente e contagiante porque o mundo curiosamente mais includente é também o mais excludente e concentrador, pelo menos, por enquanto.

    Roberto Pires

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