quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Valores e sustentabilidade (II): a hora da verdade

Some entrepreneurial initiatives have shown that a level of consciousness more aligned with the contemporary has been increasing in leadership positions.

Passado um mês, como estamos no que diz respeito a sermos sustentáveis e termos padrões de decisão voltados para a sustentabilidade? O que nos motiva na hora da compra?

Preço ou qualidade? Ambos plus responsabilidade social e sustentabilidade. Em que nível estamos? Pois bem, antes de tentar responder, vamos medir a Pegada Ecológica primeiro. Com a experiência de um mês de observação, poderemos ter uma boa noção de nossas práticas. A Pegada Ecológica corresponde “ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida. Em outras palavras, a Pegada Ecológica é uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade utiliza, em média, para se sustentar.” (fonte: WWF) Para medir a sua pegada, acesse o site http://www.pegadaecologica.org.br ou http://www.myfootprint.org e faça o teste. O último site é mais completo, mas você não encontrará uma versão em português.

Meu primeiro teste revelou que o estilo de vida e hábitos adotados por mim necessitam, para sua manutenção, um pouco mais que 1 planeta Terra. Mais que insustentável. Se por um lado a escolha dos produtos e empresas já está mais coerente com o que acredito, falta ainda aprimorar a questão do transporte e tipo de alimentação, dentre outras coisas. Mudar os hábitos alimentares é extremamente difícil, pelo menos para mim. Amigos ficaram surpresos ao perceberem que a adoção de algumas práticas pouco influencia em uma mudança efetiva. A média entre nós foi de 3 planetas, para surpresa e espanto da turma...
Mudar os valores e aplicá-los de forma abrangente é um desafio que a sobrevivência nos impõe. Se mesmo com a enorme desigualdade social o ritmo de consumo planetário é insustentável, nos é imposta uma reflexão abrangente sobre valores e comportamentos. Algumas iniciativas empresariais tem mostrado que um nível de consciência mais alinhado com a contemporaneidade vem se ampliando nas lideranças. O Grupo Carrefour, por exemplo, anunciou recentemente a eliminação do uso de sacolas plásticas em toda a sua rede de lojas no Brasil, no decorrer dos próximos 4 anos. Pressionadas por uma parcela mais consciente de executivos, consumidores e investidores, muitas empresas também investem em conhecer e reduzir sua “pegada de carbono” que é parte da Pegada Ecológica. 534 dos maiores compradores mundiais de ações (bancos, seguradoras e fundos de investimentos) são signatários do Carbon Disclosure Project (CDP). O projeto atua para registrar e divulgar publicamente as emissões de cada setor e de cada organização. Felizmente, as empresas tupiniquins vem aderindo significativamente ao projeto. Segundo país em número de participantes, o Brasil só é superado pelo Reino Unido, onde a iniciativa começou. 77,5% das empresas brasileiras que foram convidadas pelo CDP em 2009 aderiram ao projeto. É uma mudança nos valores, tanto de quem investe quanto de quem produz e consome. Significa uma aposta em princípios dignos de servirem de orientação para as decisões e comportamentos das pessoas que buscam uma vida digna, respeitosa e solidária numa sociedade justa, democrática e pacífica. Temos muito o que fazer. Comecemos por nós.

Leonardo Coelho
B. I. Internacional

Nenhum comentário:

Postar um comentário