quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Sobre Jabulanis e Vuvuzelas
Are you always complaining? Simply defend yourself saying you did not have any responsibility on what is happening?
Não se preocupe! Apesar de em ano de Copa do Mundo existirem 180 milhões de técnicos no Brasil, certamente a última coisa que você precisa é da opinião desajeitada sobre estratégias e táticas de jogo de futebol vindas de uma psicanalista que, enquanto torcedora, assiste fervorosamente futebol apenas de 4 em 4 anos.
Meu objetivo neste artigo é emprestar os 2 principais símbolos que marcaram este mundial na África do Sul para convidá-lo a refletir sobre alguns aspectos da sua vida.
Comecemos pelas barulhentas Vuvuzelas com seu lado simples e alegre de celebração, proposto até mesmo pelo próprio significado da palavra em zulu, mas também com seu efeito atordoante e monótono, quando entonadas em uníssono durante 90 minutos consecutivos. É como se o torcedor fosse limitado a um único e restrito recurso sonoro para se expressar, tanto quando quer xingar o juiz como também quando quer comemorar a bola na rede.
Fico pensando que, muitas vezes, este “efeito atordoante das Vuvuzelas” reproduz-se no cotidiano quando algumas pessoas ficam limitadas a se expressar através do restritivo recurso das “queixas”: queixam-se do stress, queixam-se do chefe, queixam-se da falta de motivação no trabalho, queixam-se dos conflitos familiares, queixam-se da falta de dinheiro, queixam-se do governo, queixam-se da vida...
Quase como se ficassem presas a uma espécie de “transe queixoso”, ao invés de investir energia em alguma possibilidade de transformação de vida.
Empenhar-se em um processo de transformação exige persistência, determinação e muita resiliência para encarar os altos e baixos do processo. Certamente queixar-se dá menos trabalho. Mas qual das alternativas tem possibilidade de trazer mais felicidade para a sua vida?
Neste sentido, gosto muito de uma frase de Jorge Forbes: “Só se realiza quem troca suas queixas por atitudes ousadas.”
Já a Jabulani, bola oficial da Copa, segundo os especialistas, apresenta um comportamento absolutamente imprevisível em determinadas condições de velocidade, temperatura e pressão, traçando um percurso curvo quando deveria ir reta, e vice-versa. Segundo o desabafo de alguns jogadores, motivo este que determinou o fracasso de determinadas jogadas que poderiam ter sido finalizadas em gol, caso o “efeito Jabulani” não tivesse ocorrido.
Independentemente de isto ser realmente um defeito da bola, ou se uma desculpa esfarrapada, questiono o que você faz quando o “efeito Jabulani” se apresenta na sua vida? Como você lida com situações inesperadas que a vida apresenta, desviando você dos seus sonhos e planos?
Você fica se queixando? Simplesmente se defende dizendo que não tem nenhuma responsabilidade sobre o que está ocorrendo? Sente-se fracassado e paralizado frente a surpresas indesejadas? Ou você se esforça para adaptar-se à nova situação, realinhando o seu prumo?
Em outras palavras, você fica apenas “vuvuzelando” cada vez que a vida lhe surpreende com um “efeito Jabulani”? Ou você opta por atitudes ousadas, empenhando-se em transformar a sua vida?
Débora Andrade
Projeto Instigar
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