segunda-feira, 21 de março de 2011

Diferenças culturais: Cuidado para não globalizar conflitos!


Speaking fluent English is not guarantee of a career abroad but if you have flexibility enough your chances can grow

Muitos profissionais tem como objetivo atingir uma carreira internacional, pois acreditam que esta experiência seja muito importante não só para o currículo, mas também para o desenvolvimento pessoal e profissional. Porém , ter inglês fluente e o passaporte pronto não garantirão que o profissional esteja 100% apto a ser escolhido. Há um conjunto de fatores importantes a serem avaliados, onde no meu entendimento, o mais importante é a capacidade de se adaptar a mudanças de forma rápida e constante.
As multinacionais sabem a importância de investir em políticas e procedimentos para que o processo de expatriação seja feito de forma mais tranqüila e organizada possível, a fim de evitar confusões e transtornos. Entretanto, apesar de toda essa precaução, no dia-a-dia e na adaptação desse profissional na equipe, poderão ocorrer inúmeros conflitos e situações estressantes. Lembro de um relato de um colega de RH que trabalhava em uma multinacional, onde estava programada a vinda de dois estrangeiros para um projeto no nordeste brasileiro. Os estrangeiros, na ansiedade de buscar informações sobre o Brasil, se anteciparam e conversaram com um das pessoas da equipe brasileira onde fizeram algumas perguntas, sendo que duas delas chamaram a atenção: "No Brasil já tem internet? As ruas são asfaltadas?" Imediatamente as pessoas da equipe ligaram indignadas para a área de RH dizendo que os estrangeiros eram preconceituosos e muito mal informados, e que como poderiam achar aquilo de um país economicamente tão desenvolvido? Pronto, o conflito estava iniciado! Neste momento, muito provavelmente, as pessoas dessa equipe criaram um pré-conceito, e quando os colegas estrangeiros
chegassem, haveria um bloqueio e consequente dificuldade de integração e adaptação da equipe. Em conseqüência a parte mais prejudicada será a empresa, que terá uma área com a produtividade diminuída em decorrência de conflitos internos. Essa situação deve ser administrada pela área de RH e ser resolvida. Neste caso, em específico, a fonte de pesquisas dos estrangeiros havia sido a internet, e realmente, se você entrar em um site de busca e escrever “nordeste do Brasil” verá as imagens que aparecerão e assim você entenderá a preocupação desses profissionais sobre o desenvolvimento do local que eles estavam prestes a morar. (Só aparecem nas imagens praia e mato!)
O exemplo acima foi apenas para ilustrar como uma simples pergunta poderá gerar sérios problemas. Agora imagine quando aparecem conflitos que envolvam questões mais delicadas, como religião, leis trabalhistas locais e costumes arraigados. Tudo fica mais potencializado e se mal administrado e orientado, poderá virar uma bomba relógio...
Acredito que a área de RH deverá formular políticas e manuais de orientação com informações detalhadas sobre o destino que o colaborador trabalhará, bem como um manual dizendo o que pode ou não pode fazer a fim de evitar possíveis constrangimentos. E claro, aliado a todo esse trabalho, selecionar e identificar apenas profissionais que tenham muita flexibilidade, e excelente capacidade de adaptação e administração de conflitos para que nos momentos mais delicados ele tenha “jogo de cintura” para amenizar e resolver problemas, mantendo assim um ambiente de trabalho positivo.

Milene Rosenthal

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