quinta-feira, 14 de abril de 2011
O vinho verde é, provavelmente, o mais português dos vinhos portugueses
Green wine is a light, lovely accompaniment to a splendid spring seafood lunch.
Dificilmente há similares em outros países. Apesar do nome, nada tem a ver com vinhos ainda não maduros ou qualquer outra relação direta com a cor. São tintos, brancos e rosês produzidos numa região delimitada, no noroeste de Portugal, com alta acidez, pouca graduação alcoólica, ligeiramente frisante e que devem ser provados gelados e jovens.
O vinho verde não envelhece bem, piora à medida que o tempo passa. Os brancos secos são melhores, em especial aqueles produzidos com a casta alvarinho. Nesta região dos vinhos verdes, que vai do rio Minho (fronteira com a Galícia) ao sul do rio Douro, os sistemas de condução das videiras empregados as mantêm elevadas, com muitas folhas. Deste modo, as frutas recebem pouco do calor refletido pelo solo e são protegidas da umidade, que poderia causar podridão e outras doenças.
Um sistema raro e curioso ainda adotado por alguns vinhateiros é o enforcado, onde a parreira sobe pelo tronco de árvores altas, principalmente as castanheiras, e a colheita é feita com a ajuda de escadas e cestas amarradas em cordas. Isto permite que o solo embaixo seja utilizado para outras culturas ou para criação de galinhas, porcos e cabras.
No processo de vinificação do vinho verde, o líquido passa por fermentação malolática que transforma o agressivo ácido málico no bem mais suave ácido lático. Mas sempre resta um pouco de gás. Seria um defeito num vinho comum, mas é desejável no caso do Verde, que deve mesmo dar uma sensação de “pinicar” a boca, é o que se chama de agulha dos Verdes. Vai muito bem com sardinha na brasa.
Dica do mês:
Quinta da Aveleda Branco 2008
R$ 38,00 (Interfood)
Amarelo palha com leve toque esverdeado. Aspecto límpido e ligeiramente brilhante. Aroma fresco, evidenciando a presença de frutos cítricos e ligeira nota floral. Boca bem fresca, típica.
José Eduardo V. de Moraes
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