quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dormindo com o inimigo

Wouldn’t it be easier if you’d just wake up everyday shouting out loud “Good morning”? By the end of the day, if you couldn't make it, at least you'd have tried.

Fernanda, uma amiga, queixou-se esta semana de seu excesso de auto crítica. Disse que se sentia, naquele momento, como sua pior carrasca. "Meu auto-retrato é branco e preto, sem cores", reclamou. Por que a gente faz isto? Há tantas pessoas que nos criticam. Por que, se no passado cometemos alguns erros, ainda hoje somos obrigadas a conviver com parentes que secretamente nos criticam, mães que repudiam nosso comportamento e não respeitam nossas atitudes, que nos acham tão “'diferentes” delas? Ai que chato.
Arrepender-se por um ato errado, uma atitude impensada é saudável. Nossos erros e acertos nos tornam melhores, nos amadurecem. Agora, manter a luz vermelha permanentemente acesa por causa disto é auto flagelo. O pior é que não se vive a culpa por alguns momentos apenas, ela parece ser eterna, duradoura, pérfida, maligna, venenosa, uma cobrinha criada em nosso próprio quintal. E a culpa não age sozinha, traz junto o medo, a insegurança, a baixa estima, traz em seu bojo a palavra NÃO, em sua forma mais ácida e corrosiva.
É como uma âncora lançada ao mar que drena nossa energia e impede nosso navio de partir. Talvez venha daí nossa sensação de estresse constante. Quantas coisas fazemos ao longo do dia? Se você parar e questionar (muito) tudo que fez ou deixou de fazer: “Será que foi a melhor coisa que eu fiz? “Deveria mesmo ter ligado?” “Deveria mesmo ter ido àquela festa?” “Por que comecei aquele assunto?”.
Haja energia!
Será que não seria mais fácil, por exemplo, ao levantarmos, dizer em alto e bom tom: “Bom dia, Deus. Bom dia, dia! Hoje vou caprichar, tentar fazer o melhor possível e acima de tudo, ser uma pessoa melhor”. Pronto. Somente isto, nosso pequeno e poderoso mantra. E ao final do dia, pensar que se você não chegou lá, pelo menos tentou. E isto é o que deveria ser guardado para a história. Porque afinal, é fácil criticar uma atitude que você tomou no passado, com os olhos de hoje, com a sabedoria de hoje.
Não vale, não é justo, o contexto é outro, você é outra. Não verta uma lágrima por este motivo. Apenas dê um sorriso e diga para aquela pessoa que mora dentro de você. “Querida, eu tentei, juro. Foi o melhor que pude fazer. E além do mais, no fundo era o que eu queria mesmo fazer”. E não se fala mais nisso!
Outra coisa: só se vive uma vez. A vida passa muito rápido. Olhe só, pense no momento que você começou a ler este texto. Agora isto já faz parte do passado, já era. Precisamos usar o nosso tempo hoje, escasso e precioso tempo, para desenhar nosso auto-retrato em cores vivas, alegres, radiantes.
Vamos lá, você já foi assim, lembra? Vamos guardar em nosso álbum somente as melhores recordações. Alguém disse com muita propriedade que “nunca é tarde para se ter uma infância feliz”. A vida é curta. Curta!

Gladis Costa

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