segunda-feira, 4 de abril de 2011

Bons líderes formam bons líderes, não bons seguidores


Only an organization capable of training good managers who are able to conduct it will exist in 5 or 10 years.

Bons Líderes formam bons líderes, não bons seguidores. Uma organização somente existirá daqui a 5 ou 10 anos se formar gestores capazes de conduzí-la. Entretanto, é comum observarmos líderes, principalmente aqueles de origem técnica, se envolver quase que exclusivamente com questões operacionais. O resultado é que suas agendas se sobrecarregam com problemas de curto prazo e não sobra tempo para planejar a mais relevante de suas funções que é a formação de novas lideranças. Como consequência, os profissionais submetidos a uma gestão muito operacional não exercitam sua iniciativa, sempre aguardando instruções do principal gestor diante de qualquer problema. Por vezes, há um culto às qualidades dele, como se suas capacidades fossem extraordinárias e a única razão do sucesso da empresa. Instala-se então um senso de que ser um bom seguidor é o melhor caminho para desenvolver-se na corporação.
Quando uma empresa forma bons seguidores, eles cumprem de forma apropriada as ordens que lhes são dadas, mas não desenvolvem seu próprio poder de observação, reflexão e atitude. Isto gera um risco enorme para suas carreiras mesmo quando fazem tudo que lhes é solicitado. Certa vez, um grande grupo nacional se orgulhava de dizer que seus investimentos seriam sempre no Brasil e, portanto, seus executivos se esmeravam em conhecer e refletir sobre a exploração do mercado brasileiro. Entretanto, as circunstâncias mudaram abruptamente e o grupo que antes abria o mapa do país para decidir sobre seus investimentos começou a desdobrar o mapa mundi. A consequência é que tiveram de contratar executivos externos para liderar a empresa, pois em seus quadros não havia pessoal qualificado para negociar em inglês.
Afinal, todos seguiam à risca a instrução de se concentrar no Brasil.
O problema de se formar bons seguidores é que eles se tornam disfuncionais a longo prazo. Isto é, se a empresa exige repentinamente renovação devido às transformações econômicas, eles provavelmente não estarão preparados, pois estão sempre esperando por instruções para depois agir, inclusive no que diz respeito ao seu auto-desenvolvimento. Além disso, é provável que tenham se tornado resistentes às mudanças.
Por outro lado, se a organização concentra-se em formar novos líderes, irá paulatinamente construir uma cultura na qual os gestores são desenvolvidos para observar, refletir e agir orientados pelo propósito da empresa. Quando isto ocorre, aumenta-se a capacidade do indivíduo de prever e preparar-se para os altos e baixos do empreendimento e da própria economia. Ele sabe que suas habilidades e seu conhecimento somente serão úteis se aprimorá-los continuamente e adaptá-los às transformações do mercado. Mais do que admirar as competências do principal gestor, procura contextualizá-las e desenvolver-se para ter capacidade de liderar sua própria carreira e a empresa com os olhos no futuro e não no passado.
Um bom líder possui propósitos construtivos e valores elevados. Acima de tudo investe para que a empresa exista a partir deles e não de sua personalidade. Por isso, é capaz de transmití-los de forma marcante, relevante e inspiradora para os novos gestores. Pois é assim que a organização viverá por muito tempo.

Silvio Celestino
Alliance Coaching

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